Falando em "ter alguma coisa" na vida...

14-10-2021

Mesmo que a expressão "ter alguma coisa na vida" seja muito genérica, acredito que na maioria das vezes as pessoas estejam se referindo ao patrimônio. Mas o que é o patrimônio? Podemos dizer que é tudo o que possui valor econômico e utilidade, sendo utilizado na realização dos objetivos ou na satisfação das necessidades (abrigo, sustento, segurança financeira, realização pessoal) de seu proprietário.

     Independente da classificação do conceito (bens móveis, imóveis, tangíveis, intangíveis, direitos, obrigações...) fazem parte do patrimônio os bens, como o dinheiro (no bolso ou em um banco comercial), veículos, móveis, utensílios, máquinas, estoques, animais, edifícios, terrenos, construções, nome comercial, entre outros; os direitos (como contas, aluguéis e salários a receber) e as obrigações (salários, aluguéis, contas e impostos a pagar, por exemplo, e que reduzem o valor do patrimônio).

    Definido o conceito de patrimônio, seguem algumas questões que podem ser levadas em conta na construção do seu patrimônio. A primeira questão está relacionada com o estilo de vida que queremos manter. Qual patrimônio é necessário para "viver" no estilo escolhido? Neste sentido, destaco dois fatores: o tamanho e o tipo de patrimônio. É bom lembrarmos que quanto maior e mais diversificado for o patrimônio, mais atenção ele exige. Não existem apenas benefícios. O patrimônio acumulado também tem potencial para criar problemas: desvalorizações, despesas de manutenção, taxas e impostos, gastos com segurança e seguros, entre outros. Portanto, não se esqueça de calcular o custo e o benefício de um bem, comparando as vantagens reais com os custos e compromissos que a posse desse bem exige e, para evitar surpresas e imprevistos, superestime os custos de manutenção de seus bens imóveis, veículos, custos e taxas de administração, impostos etc.

   Em segundo lugar, devemos ter em mente que a formação de um patrimônio tem por base as nossas escolhas de consumo, o hábito e o ato de poupar (no sentido de não consumir toda a renda) e a manutenção de reservas que permitam investir, ou seja, construir o patrimônio desejado. Portanto, procure poupar uma parte de sua renda líquida mensal (a quantia efetivamente recebida) e evite a compras por impulso ou aquela “desculpa” para comprar algo que não precisa. Precisamos ter paciência e trabalhar com prazos mais longos.

   Se você está se perguntando: "tenho disciplina suficiente para guardar dinheiro ou preciso esconder o dinheiro de mim mesmo?”, um caminho para poupar em longo prazo, caso você entenda que ainda não possui disciplina para tal, é utilizar alternativas que nos “obriguem a poupar”, assumindo compromissos fixos, como um plano de previdência, por exemplo.  Analise também a necessidade e viabilidade ao recorrer a fontes de crédito, pois na maioria das vezes é mais vantajoso ter dinheiro para pagar à vista ou comprar com um valor de entrada mais expressivo.  No caso de compras a vista, além de não pagar juros, é possível, ainda, conseguir um desconto.