A necessidade de fazer o "pé de meia"

"Pé de meia" no jargão popular tem relação com a acumulação de bens, com poupança ou investimentos. Mesmo antiga, a expressão ainda é utilizada, e a partir desta surgem algumas perguntas como: “E o futuro? é incerto ou eu acredito que Deus dá o frio conforme o cobertor?" Ou ainda, "e se o futuro não chegar? Vale a pena eu deixar de aproveitar hoje?". Neste sentido, seguem algumas reflexões.

A necessidade de fazer o "pé de meia"
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    Em primeiro lugar, poupar é parte da formação do patrimônio (abordei o conceito de patrimônio em outro texto), que é um meio para atingir nossos propósitos e de nossa família, e que garante segurança para enfrentarmos imprevistos financeiros. Por este motivo, merece atenção quando planejamos o orçamento doméstico. Poupar, portanto, é um ato que deve ser programado, deve ser um hábito planejado e não apenas eventual quando sobra algum dinheiro.  Não importa se você é casado ou solteiro, com ou sem filhos; procure poupar entre 5% e 15% de sua renda líquida mensal. Isto não é uma regra fixa, mas uma dica inicial.

     O fato de poupar também não deve ser encarado como avareza, quando alguém se furta de algum prazer ou diversão em função do simples acúmulo financeiro. A questão não é apenas guardar dinheiro e sim administrar a sua circulação para aproveitar oportunidades de transformar esse recurso em patrimônio ou renda. Aproveitar oportunidades não é simplesmente esperar uma boa ocasião, sorte ou esperteza. Oportunistas não têm estratégias. Lembre que quem sabe para onde ir, tem muito mais chance para perceber e aproveitar oportunidades como, por exemplo, no uso do FGTS, do 13º salário, do abono de férias, devolução do imposto de renda, entre outros.

     É claro que, se temos dívidas, é preferível saldarmos as mesmas com estes recursos antes de utilizá-los com outros fins, pois paga menos juros quem usa seu próprio dinheiro. Mas, independente de questões mais específicas como o pagamento de dívidas, poupar de forma planejada é uma forma de fazer o dinheiro trabalhar para o seu próprio bem-estar. Para que possamos ser recompensados pelo esforço realizado no ato de poupar, também devemos ter atenção quanto ao destino de nossos recursos. Assim, não tome decisões sobre poupança ou investimentos baseadas apenas em publicidade, mas informe-se, estude alternativas e tenha cuidado com ofertas “excessivamente rentáveis”, além de diversificar suas aplicações, ou seja, “não coloque todos os ovos em uma única cesta”.